segunda-feira, 27 de junho de 2011

Música de Paêbirú

Embriagado
com enevoada vista
Vi o artista
entusiasmado
Fiquei
por sua arte
expressionista
e seu batuque
que fazem parte
de mim

Músicas nostálgicas
profundamente
à mente
adentraram
Mágicas, lindas,
que pena que findas
elas se mostraram

Espetáculo onipotente
Triste ser efêmero
Mas é gostoso o gosto
de querê-lo mais
como eu quis
- e quero
Faz-se presente
Da paz
gruda ao que ouve
seu som proveniente

Ouvir 'Avôhai'
no sossêgo
do pátio
parecendo vila
O som se esvai
e vai
de táxi lunar
para toda a lua
residente em cada coração
de espírito beira-mar

sábado, 18 de junho de 2011

Desejando viajando

Amor, paz
fazem você se espertar,
viajar,
seja com quem for
acontecerá

Pelo menos é isso
que desejo no ensejo
deste compromisso
de escrever

Transição

Tenho que ser urgente
na poesia
Estou compromissado
com a realidade chata
e preciso partir

Mas não antes sem falar
o que estou a sentir:
É só imensa magia,
sentindo um som
difente daqueles
comumentemente
escutados

Alterada percepção
transcendental
estranha ao real,
que é um pouco chato
às vezes

Ai, tenho que ir...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Refrescante

A água de coco entra
para refrescar,
assim como,
com ternura,
fazes esquentar
meu espírito,
que se sente
refrescado

Preencherás o oco
do meu ser
necessitado
de outro,
deixando-o insatisfeito,
viciado

Livrarás
de algo crítico,
inapropiado
Que apavora
por ser forte,
inanimado

Não há força
maior que a tua,
ser amado
E o que existe
é o que fica evidente
neste dueto:
um universo particular
compartilhado

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Fim de dia namorado

Velas eram três
Incensos havia,
além de um cheiro
verde dissipado
Simbolizando o ambiente,
postos aroma, corpo
e o singelo sentimento estão

Satisfeito, vejo-a
exausta à cama,
que outrora se fez de chamas,
dormir
Na penumbra das velas
para além, o amor
mostrou imensa forma
bela

Natural a luz vai,
e dentro a paz fica
Sonharei amolecido
no ombro do encanto
do corpo
praticante do prazer

Após de, coniventes,
soltarmo-nos
das amarras da censura
do nosso sentir,
grito para a imensidão
que a amo

domingo, 12 de junho de 2011

Um dia na vida 2

Um som baixo vem
na madrugada
do sono
ou já tenha o sonho,
talvez, me possuído
Não lembro nada
muito bem
relativo ao que cá exponho,
tentando, quiçá, - de novo a dúvida -
passar algo bom,
complacente,
sincero
O motivo eu nem lembro
se sei ao certo
Romanceando tudo em volta,
soando zen

Ah!
É sobre o dia
Familiar que foi,
de amigos também
E o amor,
claro,
nele comigo dividia
esta palavra repetida "amor"
Além dela,
diga-se só numa breve
passagem,
amor é
o norte da vida
Sua pura
felicidade terna,
eterna enquanto
permanece em mim

Estas temporárias solidões
são boas
Fazem-me lembrar
das pessoas
que tornam feliz a alma que escreve
Participam
desse viver ao passar
dos dias
E, neste específico,
a harmonia
pairou
Tudo de dentro e
de fora funcionou

Evidenciado, pois,
está o amor
E dá saudade
do vivido,
do não vivido,
e resta idealizar ele
carnal e espiritualmente
usando o corpo

Felicidade de sobra
presente
pelo dia compartilhado
por gente 'fino trato' - quase que rimou
Mas vou
descompassado
Meio torto,
sem nem ter
que precisar de tanta rima,
já que está tudo certo
por linhas
que são tortas,
tudo em cima

Na vontade louca
de viajar, mais
do que estou,
numa torta
de morango
- lara, lara, rica -,
penso que tenho sempre que tentar
colocar para fora
o triste tango
Tocar o samba do amor,
e, quem sabe, ele fica
como hoje se mostrou

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sobre mudar o mundo

É, vou escrever
Cansado, pesado
O corpo todo
Quebrado

Mas não foi por sofrer;
tragando
Colocando dentro do pulmão
o grito do amor
Da paz
Do coração

Enfim,
Suingando
Nas nuves
do chão da minha casa
Indagando tudo
Mudo, mas refletindo
Sobre o mudar
mundo vindo